Quarentena, conforto e expansão
Momento de apreensão, pois não sabemos o que vai acontecer nem em quanto tempo isso vai acabar. Justo, pois a pandemia do novo coronavírus que assola o mundo desde janeiro — e o nosso país desde março — não nos pediu licença e não dá sinais fáceis de despedida.
Mas eles estavam lá, estão e vão ficar. Falo dos nossos pets, nossos animais de estimação, que antes de tudo isso nos esperavam chegar do trabalho para passear, para comer… São os nossos dependentes, mas inteiramente disponíveis quando precisamos. Na quarentena isso torna-se integral, pois o convívio aumenta 100%, 200%… Infinitamente!
Crescimento do setor Pet e expectativa de IPO da rede Petz
De acordo com pesquisa do Instituto Pet Brasil (IPB), em 2018 tínhamos 132 milhões de pets no Brasil. Ainda não temos o número de 2019, mas o faturamento do setor foi R$ 34,4 bilhões em 2018 — e temos a expectativa para o setor em 2020 em R$ 40 bilhões, com uma crescente alta de aproximadamente 5% ao ano. O mercado pet brasileiro é o segundo maior do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, que conta com 50% do faturamento mundial do setor: US$ 48 bi em 2019.
No Brasil, a Petz, uma das maiores redes de loja do setor, conta hoje com 105 lojas em 12 Estados, teve receita líquida de R$ 986 milhões em 2019 — aumento de 28,4% sobre o ano anterior. Ela entrou no começo de 2020 com pedido de registro de IPO (sigla em inglês para Initial Public Offering, ou Oferta Pública Inicial em português). Resumindo, trata-se da abertura de capital, quando a empresa coloca parte de sua empresa à venda em forma de ações para captação de mais recursos.
Esta operação, que envolve ofertas primária e secundária de ações, será coordenada por Itaú BBA, Bank of America Merrill Lynch, JPMorgan e BTG Pactual. A empresa afirmou que ao entrar na B3 (Bolsa de Valores brasileira) usará recursos da oferta primária — ações novas, cujos recursos vão para o caixa da companhia — para abertura de lojas e hospitais e tecnologia digital. A gestora norte-americana de fundos de private equity, Warburg Pincus, com 55% do negócio, e o fundador da Petz, Sergio Zimerman, com outros 45%, serão os vendedores na oferta secundária de ações da companhia.
De olho no setor
O pedido deixa investidores de olho no setor, que está em expansão e pode trazer oportunidades de participação e consequente ganhos com os lucros promissores. Com a pandemia do coronavírus, a proposta de abertura de capital ainda não aconteceu. Porém, estima-se que ocorra ainda em 2020, o que sinaliza um grande passo para o setor. Sua presença no mercado de capitais e disponibilidade para milhões de investidores crescem cada vez mais no país. Em plena quarentena, chega ao recorde de 2 milhões de pessoas físicas em abril deste ano. Vale destacar os 223 mil novos investidores em março e expectativas de mais recordes e dinheiro investido, que só aumentam.
Crescimento do e-commerce durante a quarentena
Com comércios fechados e necessidade de ficar em casa, o maior setor de varejo que cresceu foi o e-commerce. Isso ocorreu em seus mais variados segmentos, como moda, cosméticos, saúde… E, claro, pet shops. Afinal, nossos companheiros da quarentena precisam cada vez mais de alimentos e novos acessórios para aguentar o tempo extra em casa e conosco.
Nesse ponto, o comércio eletrônico vêm auxiliando e aumentando suas vendas — é a única maneira de continuar de portas fechadas, mas trazendo faturamento aos milhões de varejistas da área. Ele surge como oportunidade para novos empreendedores abrirem seus comércios, produzindo em casa e vendendo online. É o caso da Chanel Grife Pet, loja online da própria grife de vestuário pet de luxo da cidade de São Paulo. A “embaixadora” da loja é Chanel, um maltês de estimação da maquiadora e empresária Salua Kiwan.
Atenção aos cuidados e afeto
Trago essa loja como case porque exemplifica algumas estratégias de atendimentos inusitados para buscar proximidade com o cliente. Como do caso das embalagens, com brindes embalados separadamente e colocados junto aos produtos vendidos. A caixa é revestida por papel manteiga, com um cartão da marca no lacre de segurança. Há ainda uma fita amarrada (e pendurada com a tag da marca) que traduz o relacionamento da marca com os pets.
Dessa forma, quando o cliente recebe a caixa com todo o cuidado na embalagem, com uma carta escrita à mão, a reação é uma só: postar uma foto e marcar o perfil do Instagram. Essa foto (ou vídeo) é compartilhado nas redes sociais da loja e vista por outros potenciais clientes — que também sentem o desejo de viver a mesma experiência e fazer seu pedido.
O exemplo Chewy
No maior mercado pet do mundo, temos o exemplo dos três assuntos aqui tratados: desenvolvimento do mercado pet, e-commerce e capital aberto na Bolsa de Valores. A Chewy, maior loja de petshop online dos Estados Unidos, foi fundada em 2011. Ela ficou conhecida pela variedade de produtos, o baixo valor no frete e um atendimento também inusitado — que inclui até o envio de cartas escritas à mão aos clientes em agradecimento pela compra.
Em seus primeiros anos, chegou a ter um faturamento de US$ 205 milhões em 2014, US$ 423 milhões em 2015 e US$ 901 milhões em 2016. Em 2017 foi vendida por US$ 3,35 bilhões para a PetSmart, maior rede varejista de petshops do país. Finalmente em 2019 a empresa entrou na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE). Suas ações (CHWY) subiram quase 60% no primeiro dia de negociação após o IPO e, atualmente, vale US$ 9 bilhões.
O setor nos Estados Unidos é sólido e gigante, e cresce mais a cada ano. No Brasil ele está em plena expansão. E, como acabamos de ver, pode crescer mais ainda.
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Na próxima semana farei mais um review com depoimento e resenha sobre A relação entre o convívio com animais e o e-commerce de pet shops. Espero ter ajudado a esclarecer o que é, como usar, se funciona e se vale a pena mesmo. Se você tiver alguma dúvida ou quiser adicionar algum comentário deixe abaixo.
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