I2C (ou D2C): quando a loja da fábrica vai para a internet

Ao lembrarmos do comércio eletrônico, imediatamente nos vem à cabeça as lojas virtuais de varejo. O modelo clássico das vendas online segue ainda o modelo tradicional da cadeia de suprimentos: a indústria fabrica e vende os produtos para um intermediário (atacadistas, por exemplo), que os revende para uma série de varejistas, os quais comercializam os itens para o consumidor final.

Mas as coisas vêm mudando, e em 2020 grandes transformações aconteceram no comércio digital. Nunca o e-commerce cresceu tanto. Um dos setores que experimentou esse crescimento foi a indústria, que também encontrou no meio virtual um caminho interessante de fazer vendas diretas aos consumidores, conquistando novos mercados.

Não que isso já não estivesse ocorrendo, mas as estratégias de comércio eletrônico das empresas sofreram antecipações em 2020. Na esteira, houve um aumento do I2C — Industry-to-Consumer ou Indústria-ao-Consumidor. Também chamado de D2C (Direct-to-Consumer), direto-ao-consumidor. O modelo de e-commerce onde o fabricante pula os intermediários e vende direto ao cliente final. É a famosa loja da fábrica, só que na internet.

E qual o fator que ajudou muito nesse crescimento? O B2B e a tecnologia

O B2B (Business to Business) é a modalidade de comércio eletrônico onde o comprador é o intermediário, um atacadista, representante ou distribuidor. Lojas virtuais das indústrias, mas cujas vendas ocorrem para os intermediários. Assim, estas indústrias já possuem o conhecimento das vendas online.

Quanto à tecnologia, o outro facilitador é o software de gestão integrado, os ERP, muito usado na indústria. O ERP é um elemento importante no ecossistema do comércio eletrônico. Ao se integrar à uma plataforma de e-commerce — software que é responsável por exibir e vender os produtos na internet — o ERP faz toda a gestão da venda e dos estoques. Novos produtos são adicionados no ERP, que os transmite para a loja virtual a fim de que sejam vendidos. Essa integração ERP-Loja Virtual automatiza e agiliza o e-commerce.

Logo, muitas indústrias já estão com uma estrutura praticamente pronta para as vendas virtuais. No caso, basta implementar a plataforma de e-commerce, caso não faça o B2B, ou implementar os recursos de B2C nas plataformas existentes.

Reflexo da aceleração digital

Para alguns tipos de indústrias, o I2C é muito conveniente. Por exemplo, fabricantes de móveis. Basta observar que as vendas online desses produtos têm aumentado consideravelmente. Boa parte das lojas virtuais de móveis que encontramos na rede são dos próprios fabricantes.

Em tese, os custos no I2C tendem a ser menores, pois se elimina um passo da cadeia de distribuição. Assim, pode-se fazer preços mais competitivos e conquistar clientes. Por outro lado, a indústria deve adquirir competências que são típicas do varejo, como atendimento ao cliente final, marketing de nicho, comunicação de massa, itens que funcionam de forma bem diferente na relação B2B.

O I2C é um reflexo da aceleração digital de nossos tempos, que traz consigo a ideia da indústria 4.0 e a recente 5.0. Como todo novo modelo, só o tempo irá mostrar suas particularidades, vantagens e desvantagens.

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Na próxima semana farei mais um review com depoimento e resenha sobre I2C (ou D2C): quando a loja da fábrica vai para a internet. Espero ter ajudado a esclarecer o que é, como usar, se funciona e se vale a pena mesmo. Se você tiver alguma dúvida ou quiser adicionar algum comentário deixe abaixo.

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