A partir do momento em que o entretenimento se reuniu com a arte de vender, tudo isso ao vivo e pela internet, surgiu o conceito de live commerce (livestreaming e-commerce ou shopstreaming), que tem sido experimentado com enorme êxito nos países asiáticos. Neste texto, pretendo contar um pouco sobre os exemplos que vêm da China e que servem de referência para o e-commerce brasileiro.
O contexto chinês é diferente do vivenciado pelo resto do mundo. Afinal, além da potência econômica que a China se tornou, cujo e-commerce ultrapassou US$ 1 trilhão em 2020, a população do país é composta por mais de 1 bilhão e 400 milhões de pessoas em seu território. É um terreno fértil para o comércio, especialmente o eletrônico.
Todo esse potencial seria inútil se não fosse utilizado, não é verdade? E por lá, os chineses encontraram novas formas de vender seus produtos. A pandemia — que modificou todos os hábitos de convivência social — foi o empurrão que faltava, antecipando tendências que levariam anos para acontecer.
A live commerce na China aproveitou a internet para suprir a ausência das vendas presenciais. Com tecnologia, entretenimento, mídias sociais e e-commerce, a receita para esse sucesso foi criada.
Como é feita uma live commerce?
As vendas por live oferecem uma experiência completa para o consumidor, que pode assistir, escolher os produtos e finalizar a compra em aplicativos próprios para isso ou em grandes redes sociais, tudo com poucos toques. Os influenciadores têm aqui um papel importante, pois serão responsáveis por apresentar a live, interagir com a audiência e comentar sobre os produtos exibidos.
É assim aqui e na China. Por lá, muitos dos apresentadores de live commerce se tornaram grandes celebridades. Há até um nome para eles: key opinion consumer (KOC). Os números impressionam: em 2020, 617 milhões foi o número de usuários em plataformas de livestreaming, enquanto o número de livestreamers ultrapassou 130 milhões, de acordo com um relatório da China Association of Performing Arts.
Os grandes players chineses estão há mais de um ano trabalhando com essas estratégias. A maior parte da audiência está concentrada no Taobao Live, do grupo Alibaba. A versão chinesa do TikTok, o app Douyin alcançou US$ 26 bilhões em transações de comércio eletrônico logo no primeiro ano de operação — e o grupo tem planos para o resto do mundo.
Live commerce no Brasil: o que tem sido feito por aqui?
Podemos esperar muito mais pela frente, mas hoje já existem, por exemplo, plataformas especializadas em live commerce. Elas são variadas e possuem características que as distinguem muitas vezes, tais como conectar influenciadores a marcas, a não necessidade de um aplicativo exclusivo para as lives ou ainda multifontes de transmissão.
Outro cenário favorável para as vendas por live no Brasil está no engajamento dos usuários. Como destacou recentemente o E-Commerce Brasil, 74% dos brasileiros usam redes sociais para comprar, conforme a pesquisa Social Commerce, realizada pela All iN | Social Miner, em parceria com a Etus e a Opinion Box.
É questão de tempo para que mais novidades surjam no e-commerce brasileiro envolvendo live commerce e as grandes redes sociais. Por exemplo, o Tiktok (já mencionado neste texto e que é um sucesso crescente no Brasil) quer replicar no restante do mundo o êxito do Douyin e já está testando as compras dentro do aplicativo.
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Na próxima semana farei mais um review com depoimento e resenha sobre Live commerce: os exemplos que vêm da China. Espero ter ajudado a esclarecer o que é, como usar, se funciona e se vale a pena mesmo. Se você tiver alguma dúvida ou quiser adicionar algum comentário deixe abaixo.
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