As boas práticas de ESG estão cada vez mais nas agendas das empresas e de suas lideranças, levando a um aumento exponencial, no mundo e na América Latina, do número de companhias que iniciaram ou fortaleceram as estratégias na área ambiental, social e de governança. O Brasil acompanha essa tendência e, dentro do ecossistema do e-commerce, muitas ações estão em curso na área de logística, especialmente as questões relacionadas ao respeito ao meio ambiente e à busca pela descarbonização das operações.
De acordo com o relatório “Sustentabilidade na Agenda das Lideranças na América Latina”, promovido pela SAP, que ouviu pouco mais de 400 líderes regionais, de 2021 para 2022, o índice das organizações brasileiras que tinham uma estratégica estruturada nesse sentido saltou de 42% para 68%. O mesmo ocorreu na América Latina, onde o índice de empresas focadas em sustentabilidade passou de 46% para 69%.
ESG nas empresas
Boa parte das companhias decidiu estruturar as estratégias de ESG por convicção sobre a importância de contribuir nesse sentido ou a fim de estarem alinhadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (Organização das Nações Unidas), enquanto outras se voltaram para o tema a fim de preservar a sua reputação em face das pressões oriundas de stakeholders como funcionários, clientes e fornecedores, cada vez mais exigentes em relação à sustentabilidade empresarial.
De uma maneira ou de outra, o importante é que as organizações de todos os setores da economia, incluindo as que também são players do e-commerce, estão olhando para o ESG. No setor de transportes e logística, por exemplo, as empresas atuam em favor das melhores práticas nas diferentes frentes (meio ambiente, social e governança). Contudo, as ações mais prioritárias estão relacionadas à sustentabilidade ambiental, especialmente à descarbonização, já que as coletas e as entregas de encomendas causam emissões de CO2 nas grandes metrópoles.
Adaptação ao GHG Protocol
Sob esse aspecto, há uma grande movimentação de transportadoras e operadores logísticos em adaptarem-se ao método do programa GHG Protocol, uma ferramenta de cálculo que estima as emissões de GEE (Gases do Efeito Estufa), e que, ao mesmo tempo, estimula a cultura corporativa na implementação de inventários de emissões que combatam as mudanças climáticas, promove a padronização internacional da contabilização das emissões e dos inventários e, por fim, direciona as ações para a neutralização do carbono.
Com a metodologia do GHG Protocol enraizada, as empresas conseguem inventariar as emissões diretas de carbono provenientes da operação, e as indiretas, relacionadas ao consumo de energia elétrica, bem como as que ocorrem na cadeia de valor da empresa, fazendo com que a neutralização seja mais assertiva e reconhecida internacionalmente.
Parcerias para a descarbonização das operações
Parcerias com Fundações e ONGs (Organizações Não Governamentais) comprometidas com as compensações de carbono são ações que o setor de transporte e logística estão tomando, e que trazem eficiência ao processo de descarbonização da operação.
A Fundação SOS Mata Atlântica, por exemplo, oferece parceria com o objetivo de promover a compensação de CO2 através de um projeto de restauração florestal para reduzir o impacto das emissões. A cooperação prevê que as empresas façam doações de milhares de mudas de árvores anuais ao projeto, considerando que, para compensar cada tonelada de CO2 na atmosfera, é desejável o plantio de seis árvores. Ao final do período, as corporações conseguem realizar as compensações das emissões diretas e indiretas de suas operações, cumprindo assim seus objetivos de responsabilidade socioambiental.
Considerando que apenas 12% das vendas do varejo correspondem às compras pela internet e que, portanto, o e-commerce ainda tem muito espaço para crescer, torna-se fundamental que a agenda ESG em suas diferentes frentes, especialmente as relacionadas ao respeito ao meio ambiente e à descarbonização, esteja na pauta dos transportadores. Eles devem cada vez mais adotar modelos como o GHG Protocol para neutralizar suas emissões. Além disso, e de igual importância, as empresas precisam oferecer soluções mais sustentáveis para as transferências das encomendas do comércio eletrônico. Dessa maneira, o meio ambiente e todo o ecossistema do e-commerce sairão ganhando.
Leia também: ESG: como criar um e-commerce para a ecologia
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Na próxima semana farei mais um review com depoimento e resenha sobre A descarbonização no transporte do e-commerce. Espero ter ajudado a esclarecer o que é, como usar, se funciona e se vale a pena mesmo. Se você tiver alguma dúvida ou quiser adicionar algum comentário deixe abaixo.
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